A droga do sexo

13:52

blog estou na noia
Arte: Alexandra Levasseur 
O sexo pra mim passou a parecer como mais uma tentativa de fuga. Passei a lida-lo como droga.
Atribui-lo à heroína, de sensação prazerosa, efêmera e singular. Isso, claro, quando não se há amor.
Quando se há amor é como estar chapada de maconha: prazerosa, singular no plural; plural no singular. E você quer comer mais e mais e mais.

Mas é tão difícil encontrar o amor tão quanto um bom prensado.

Depois do sexo, diversas vezes me veio angústia. Por mais satisfatório que seja, sempre falta um Q a mais; sempre sobra um vazio danado.

Carne por carne. Sentimentos e carinhos momentâneos e falsos.
Gelados no calor. Onde cada um vira pra um lado e capota. E não importa se um sente frio ou se ficou sem a metade do travesseio...
O amor mora mesmo nos detalhes. Nesses detalhes.

Eu malmente durmo, então resta bastante tempo para entrar em brisas nas quais nem mesmo eu quisera ter.

O tédio é minha máquina de fazer vilão.

E nessas madrugadas réprobas, não havia vontade em admirar com sorriso de canto quem estivesse ao meu lado dormindo.

De vez em quando, penso na possibilidade de ser assexuado. Me parece convincente. Aparenta-me uma boa saída para não mais me envolver ao raso.

Crio certo nojo do mundo. Ao acordar, você vive, respira e há o sexo em tudo que vê, em tudo que come, em tudo que absorve e consome.

Como se isso, mesmo que por maravilhoso, seja o que apenas importa.

E vê nos filmes, nas novelas e na vida real o quanto as pessoas traem elas mesmas e as outras, criam máscaras, fingem, para conseguir comer alguém.

Não me faz muito sentido. Mas nada costuma fazer muito sentido pra mim mesmo, então foda-se.
Ou foda-me.

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