Reflexo

16:56


Pensamentos. Vivendo entre o ódio e o amor, sintoma homogêneo. Seca, fria, abstrata. O cheiro de suicídio propaga. Um desequilíbrio mental e espiritual. Sentei-me no escuro e pensei no quanto pensar enlouquece. Nada é mais enlouquecedor do que a própria mente. Pensamentos...

Nas vezes em que via meu reflexo, parava e observava. Pupilas dilatadas. Perdia-me por minutos, analisando-me. Era como se uma vida inteira pudesse passar, projetar, em minha mente. Era a minha vida. Ecos do passado. Monstros me assombravam, sou o resultado deles. Expelindo demônios.

Olhei-me no espelho, procurando me enxergar.
Procurei reflexo no espelho.
Tentando, procurando, me encontrar.
Meus olhos fundos, tão perdidos.
As marcas do tempo.
As lembranças do passado, agora, aparentam tão mais distantes.

Não tenho ninguém, transpiro solidão. Uma dose de solitude me cai bem. Eu tenho ódio. Meu interior, minha agonia. Sinto minhas veias queimando, meu corpo arder; meu coração, indócil, acelera.

Palavras conturbadas. As verdades nos detalhes. O seu passado tão presente. Meus sentimentos obscuros. Continuo vivendo. Sintonia constante com o pretérito. Histórias revividas, ressuscitadas do inferno.

Meu corpo, então, vazio e sólido. Minha alma vaga para todo lugar, indo para lugar algum.
A repulsa da estima.

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